Normalmente, quando se fala das gamas mais altas do mundo dos smartphones, falamos da Samsung e da Apple, numa segunda fase, podemos falar da Oppo, da Vivo, e por vezes, graças aos muitos anos de sucesso, também da Huawei. Posteriormente, de forma um pouco estranha, aparece o nome da Xiaomi. Porquê? Porque é uma fabricante que esteve muito tempo presa ao nome ‘Budget’.
Apesar de um crescimento simplesmente incrível nos últimos anos, ao até ter sido capaz de ultrapassar a Samsung e Apple em unidades vendidas durante a pandemia, e de muitos e bons lançamentos desde essa altura, a Xiaomi está numa posição extremamente estranha no mercado de smartphones. Isto é algo que já não foge à atenção dos consumidores.
Pessoalmente, apesar de ser crítico do encarecimento das gamas mais altas da fabricante Chinesa na Europa, acho que a Xiaomi tem um valor tremendo no mercado! É uma fabricante de referência, que é capaz de criar tendências, e tem um lugar especial no coração da grande maioria dos entusiastas, graças ao seu passado focado na qualidade/preço.
Uma história bonita, que ainda hoje faz das suas graças às gama Redmi e POCO, mas que eventualmente evolui para aparelhos mais curiosos e apelativos como os mais recentes Xiaomi 12 e Xiaomi 12S, especialmente o modelo Ultra que parece simplesmente delicioso, mas infelizmente nunca vai chegar ao território Europeu.
Em suma, acredito que a Xiaomi tem uma barreira à sua frente, que pode mudar tudo a médio/longo prazo.
Xiaomi mudou o mundo Android! Mas agora parece ‘presa’!?
Portanto, a Xiaomi está presente no mundo Android como uma fabricante jovial e cheia de rigor. Mas a verdade é que a gigante Chinesa já anda a fazer das suas no mundo Android há mais de uma década. Aliás, na altura em que a Xiaomi chegou ao mercado, a Nokia ainda tinha uma presença muito significativa com os seus velhos aparelhos Symbian, e na verdade, a Samsung tinha acabado de chegar ao sucesso no mundo Android.
Como é que a Xiaomi chegou ao sucesso?
Muito simples, numa altura em que um telemóvel barato era um telemóvel mau, a Xiaomi entra com várias propostas amigas da carteira, mas ainda assim, de extrema qualidade de construção, sempre bons níveis de performance.
Tudo começou com o Xiaomi Mi 1, na altura com 1Gb de memória RAM e um SoC Snapdragon S3. Um aparelho muito parecido ao Galaxy S2, mas claro, extremamente mais barato. Esta era a estratégia da Xiaomi! Ser igual às grandes, ou melhor, a um preço mais em conta.
Entretanto, em 2014 tivemos a chegada da Xiaomi a outros territórios fora da China, e em 2017, a gigante Chinesa já tinha conquistado mercados low-cost capazes de mover muitos milhões de aparelhos todos os anos, como é o caso da Índia.
Depois chegaram os aparelhos Redmi e POCO
As submarcas Redmi e POCO foram uma decisão inteligente da Xiaomi! Mas, infelizmente, também deram azo a alguma da confusão que se vive dentro do ecossistema da marca.
A Xiaomi quis separar as suas gamas de preço, e por isso, escolheu ter aparelhos Redmi para quem leva a qualidade/preço ao máximo, ao mesmo tempo que escolheu os aparelhos POCO como bestas da performance a um baixo preço. Além de tudo isto, acabou com o nome ‘Mi’ e começou a usar o nome próprio para identificar os aparelhos mais premium e supostamente mais desejáveis.
Tudo muito bem! Mas nem só de hardware e preço se faz um aparelho.
A qualidade também se faz no lado do software, e aqui, a Xiaomi ainda não é 100% premium. Apesar de estar muito perto desse objetivo. Aliás, acredito que em 2023 vamos ver o lançamento de aparelhos Xiaomi 13 muito perto daquilo que queremos ver num flagship a sério.
O Xiaomi 12S Ultra foi uma espécie de aviso… Acredito numa Xiaomi 13 extremamente forte no próximo ano.
Mas a Xiaomi tem de parar com os lançamentos exclusivos na China, para se tornar numa marca realmente global.
Xiaomi e o seu futuro
A Xiaomi está mais cara nas suas gamas mais altas, é verdade. Aliás, na minha opinião, isto foi um erro crasso que ‘matou’ algum do brilho da marca aos olhos do utilizador. Por enquanto, entre um Xiaomi, e um Samsung, ao mesmo exato preço… O consumidor vai escolher o Samsung. Isto é um não assunto.
Mas claro, tudo isto é um investimento para chegar um nível ainda mais alto, de forma a ombrear com a Samsung, Oppo, Vivo, e Apple, no mercado super premium! O mais depressa possível.
A Xiaomi quer ver telemóveis como o Xiaomi 12S Ultra a ocuparem o espaço que normalmente os aparelhos Galaxy S ocupam no coração dos entusiastas Android.
No entanto, para conseguir isto, a Xiaomi tem que passar por uma fase de ‘arrumação’, tal e qual como a Samsung fez há alguns anos atrás. É preciso simplificar as gamas de produtos, para os utilizadores conseguirem ter uma ideia clara do que estão a fazer, e o que realmente querem da fabricante. É também preciso lançar o melhor que tem para oferecer para todos, e não fazer lançamentos com nomes diferentes, ou exclusivos de certas regiões.
Ademais, o que pensa sobre a Xiaomi? Acha que a fabricante tem potencial para dominar o mundo Android? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
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