O Snapdragon 8 Gen1 da Qualcomm, é ainda, apesar do lançamento do mais eficiente e mais poderoso Snapdragon 8+ Gen1, a imagem de marca da gama alta do mundo Android. No entanto, é também um SoC que parece ter obrigado a gigante dos microprocessadores mobile a abrir os olhos.
Afinal de contas, além dos problemas inerentes ao uso das linhas de produção de 4nm da Samsung, a Qualcomm também viu, finalmente, uma MediaTek capaz de bater o pé ao seu domínio.
Uma MediaTek, que caso não saiba, está a aproveitar a sua nova forma para aliciar várias fabricantes de smartphones e tablets, com os seus SoCs mais recentes, a um preço super apelativo.
Sim, os rumores à volta de uma Samsung interessada no Dimensity 9000 são provavelmente verdade, mas ao que tudo indica, a gigante Sul Coreana não esteve sozinha neste pequeno esforço. Muitas outras fabricantes tentaram fugir às garras da Qualcomm nos últimos meses, de forma a encontrar uma alternativa mais barata, menos quente, e claro, mais eficiente.
Aliás, basta olhar para o mercado asiático, para ver muitas fabricantes importantes, como é o caso da Oppo, da Vivo, e até da Xiaomi, para perceber que está a existir um teste às capacidades da MediaTek no mundo Android.
Estamos a falar de diferenças entre os 100€ e os 200€, pelo mesmo exato nível de performance.
É exatamente por isso que a Qualcomm está a mudar o plano de ataque para 2023, e adiante
Ao que tudo indica, a Qualcomm não está a conseguir ter acesso ao processo de 3nm da TSMC. Porquê? Porque a Apple é a maior cliente da TSMC, e reservou a quase totalidade do processo para os seus chips Apple Silicon.
Por isso, apesar da experiência negativa do ano passado, a empresa ainda não fechou a porta à Samsung, que entretanto já lançou o seu processo de 3nm GAA. Mas as possíveis mudanças não estão apenas no processo de produção.
Afinal, de forma muito resumida, segundo o que sabemos, a Qualcomm vai apostar exclusivamente na TSMC para a produção do seu novo Snapdragon 8 Gen2. Contudo, para garantir um aumento de performance e eficiência, vamos ter várias mudanças arquiteturais no novo SoC topo de gama. Incluindo uma mudança significativo no cluster.
Caso não saiba, nos últimos anos, a Qualcomm tem optado sempre por uma configuração ‘1 + 3 + 4’, ou seja, 1 núcleo poderoso, apoiado por 3 meio termo, e por fim, 4 focados na eficiência energética. Pois bem, isto vai mudar com o Snapdragon 8 Gen2, com a configuração a passar para uma formação ‘1 + 2 + 2 + 3’.
Assim, vamos ter um núcleo focado na performance pura e dura, na forma do núcleo Cortex-X3, seguido de outros dois X3 com frequências mais baixas, para uma performance alta, mas menos agressiva na bateria, e posteriormente, dois núcleos Cortex-A715 para o meio termo, e ainda 2 núcleos Cortex-A510 para a eficiência energética.
Além disto, é ainda esperada a implementação do modem 5G Snapdragon X70.
Lançamento para quando?
A Qualcomm tem evento marcado (Snapdragon Summit) para o dia 14 de Novembro. Por isso, deve ser nesta altura em que vamos finalmente dar as boas vindas ao novo SoC topo de gama da gigante mobile.
Entretanto, o primeiro smartphone a contar com o processador deve pertencer à gama Xiaomi 13. Posteriormente, claro, vamos ver a Samsung a lançar os seus Galaxy S23 em Janeiro ou Fevereiro, exclusivamente equipados com processadores Snapdragon. (Adeus Exynos!)
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Acha que esta mudança da Qualcomm irá resultar? Ou a empresa anda encostada à sombra da bananeira à demasiado tempo? Não será positivo para o mercado Android, ver outras empresas, como é o caso da MediaTek, a brilhar? De forma a trazer mais rivalidade para o mercado? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
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