Smartwatch para treinar. Boa ideia, ou não?

Hoje em dia, uma das vantagens, ou ‘Selling Points‘, que as grandes marcas salientam nos seus smartwatches, para os tentar vender, é a capacidade de monitorização dos nossos mais variados dados biométricos. Nomeadamente quando chega a altura de treinar! É exatamente por isso que temos vários modelos ‘Fit’, ‘Active’, etc…

Afinal, um smartwatch é um companheiro para muita coisa, mas verdade seja dita, muito do foco das fabricantes vai mesmo para as suas capacidades de treino, onde claro está, temos de salientar a contagem de calorias gastas.

Mas… Será possível contar as calorias que gastamos, dia após dia, através de um smartwatch? A resposta é tudo menos simples, por isso, vamos por partes.

Smartwatch para treinar. Boa ideia, ou não? 

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Pessoalmente, ter um smartwatch no pulso já não é apenas uma escolha, é quase obrigatório. Seja para receber notificações, fazer/receber chamadas, controlar a músicas, ou claro, treinar… Tenho de ter o meu fiel Galaxy Watch 4 Classic, ou Apple Watch Series 5, no pulso, caso contrário, é quase como sair de casa sem telemóvel, ou seja, sinto-me ‘nu’. No entanto, apesar das muitas capacidades destes relógios, verdade seja dita, nunca me fiei a 100% na contagem de calorias. Sabe porquê? Porque apesar de todos os avanços tecnológicos, não é possível aferir as calorias gastas através de um sensor PPG no nosso pulso.

Primeiramente, como é que um smartwatch mede as calorias?

Muito resumidamente, um smartwatch pega nas informações do sensor PPG para aferir os nossos batimentos cardíacos, o que através de um algoritmo, vai aproveitar a nossa idade, peso e altura, para chegar a um valor de VO2, ou seja, oxigénio consumido, que posteriormente, vai ser utilizado para estimar as calorias gastas. Mais uma vez, temos de salientar a palavra ‘ESTIMATIVA’. É que caso não saiba, a leitura do seu ritmo cardíaco pode mudar de forma significativa, se simplesmente apertar um pouco mais a bracelete do relógio.

Além de tudo isto, temos ainda de ter em conta que dependendo dos smartwatches, e do plano de treino que escolhe no aparelho, a medição vai mudar. Ou seja, se fizer um treino com muitos movimentos, como é saltar à corda, a medição vai ser um pouco mais correta, porque o algoritmo vai ter mais dados para chegar a uma conclusão. Um exemplo oposto pode ser fazer bicicleta estática, em que os pulsos não mexem grande coisa, e por isso, o relógio não vai captar mais informações além do seu batimento cardíaco.

Sabe como é que se afere o número de calorias gastas, a sério?

Através de um respirador CO2, ou através do uso de uma câmera metabólica, onde temos de ficar fechados, e somos monitorizados em tudo o que fazemos. Curiosamente, até estes métodos têm uma margem de erro associada.

Câmara Metabólica

Dito tudo isto, um smartwatch, ou uma fitness band, não afere as calorias gastas, estima-as. Aliás, num estudo de 2019, em 5 smartwatches testados, em comparação aos métodos mais fiáveis descritos em cima, 4 smartwatches ficaram abaixo das calorias gastas, com apenas um a ficar acima. O pior dos smartwatches errou o valor por 700 calorias!

Então… Para que serve um relógio inteligente, no treino?

Bem, podemos ser menos exigentes, e pensar que se 80% dos smartwatches testados ficou abaixo do valor real… Tudo isto significa que estamos a gastar mais calorias do que aquelas que pensávamos.

Mas claro, se por ventura anda a calcular calorias, para a sua dieta, o melhor é mesmo focar-se nas contas da comida.

Contudo, nem tudo é mau! Se há coisa que um relógio é bom, é a contar o tempo, a traçar rotas de GPS, e claro, também a verificar mudanças no seu esforço. Por isso, é uma questão de lidar com as vantagens e desvantagens de um smartwatch.

Vale ou não a pena?

Para mim, é essencial monitorizar o meu treino com o meu smartwatch, até porque à medida que os anos passam, as fabricantes estão a conseguir melhorar cada vez mais o seu hardware e algoritmos. Ver que estou a chegar às 186 batidas por minuto, e que estou a ‘morrer’, é um excelente sinal que o treino está a correr bem. Sendo algo que vai obviamente ficar no gráfico de treino. Ou seja, é excelente para perceber as tais mudanças de esforço, algo que eu utilizo muito para perceber quando tenho de descansar, ou posso voltar a pegar nos pesos.

Hoje em dia, também temos smartwatches com PTs integrados, ou seja, o próprio relógio é capaz de dar um treino. O que também é de valor, se por acaso quer, mas não sabe treinar.

Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Usa um smartwatch para treinar? Partilhe connosco a sua opinião nos comentários em baixo. 

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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