(Análise) Skoda Enyaq iV 80: É engraçado, mas na Leak.pt já tivemos a possibilidade de testar o VW ID.4, o Audi Q4 etron, e agora, temos a possibilidade de meter as nossas mãos (e pés) no Skoda Enyaq iV 80 Sportline. Engraçado porquê? É que todos estes veículos partilham a mesma exata plataforma, mas ao mesmo tempo, são todos um pouco diferentes, em mais do que um aspeto.
Aliás, é extremamente curioso como a nível de equipamentos, acabamentos, e ademais qualidade de construção, a versão da Skoda não está assim tão longe daquilo que a Audi nos apresentou no Q4, com o ID.4 a ficar num distante último lugar. (PS: Prefiro o Skoda ao Audi, ao nível do interior).
Mas o que vocês querem saber é se o Skoda Enyaq é realmente alguma coisa de jeito, não é verdade? Ora bem… Vamos por partes!
(Análise) Skoda Enyaq iV 80: Um full elétrico com raça!
Portanto, o primeiro 100% elétrico da Skoda chega ao mercado em três versões (60, 80 e 80X), mas neste caso específico de ambiente de teste, temos a versão Enyaq iV 80 Sportline, equipada com uma bateria de 77kW. Dito isto, se está já a pensar em altas performances, no mundo elétrico da Skoda, tudo o que chega ao mercado sem um ‘X’ no nome conta com apenas um motor, no eixo traseiro.
Isto significa que a nossa versão em teste tem qualquer coisa como 201cv, uma autonomia a rondar os 420 quilómetros, e uma capacidade de carregar a 120kWh. O que para um SUV elétrico, não é mesmo nada mau.
Aliás, a par do Volvo XC40, rival direto deste Skoda que entretanto tive a possibilidade de testar em Fevereiro, este foi um dos únicos carros totalmente elétricos capaz de matar aquela sempre chata ansiedade da bateria. Ele diz os quilómetros que faz, e cumpre, não preciso de mais nada.
Melhor que o ID.4? Próximo do Audi? Em que sentido?
Como dissemos em cima, a aposta na mobilidade elétrica da VW, faz com que exista uma partilha de tecnologias entre todas as marcas do grupo. Ou seja, se resumirmos muito bem a ‘coisa’, o VW ID.4 é igual ao Audi Q4 etron, que por sua vez é igualzinho a este Skoda Enyaq.
No entanto, em cima disse que o Skoda se aproxima mais ao Audi? O que queria dizer com isto?
É muito simples, além da qualidade de construção, e detalhes, que parecem mais bem pensados, e mais bem implementados. O Enyaq é também mais longo que o ID.4, o que significa um maior espaço nos bancos traseiros, e também na mala (mais ou menos ~100L com os bancos rebatidos).
Além disto, ao nível do design, o Enyaq também passa uma imagem mais tradicional, mais premium, e na minha opinião, é um pacote bastante mais desejável que o ID.4 da VW, um veículo, mais uma vez na minha opinião, que vale ao que vale, é um elétrico que ainda sofre do síndrome “sou elétrico, e por isso tenho de parecer futurístico”.
Design, Interior e Condução no dia-a-dia
No interior, temos algo extremamente bem construído, e bem desenhado, e por isso mesmo, bastante superior ao que a VW tem vindo a oferecer nas suas gamas mais recentes. Espaço é o que não falta, mas também existem alguns campos menos positivos.
Enquanto acho o ecrã do condutor algo demasiado pequeno para ser levado a sério, apesar de até conseguir cumprir bem a sua missão na prática da condução O ecrã do infotainment é na minha opinião perfeito para o veículo em causa, com um tamanho muito razoável para ligarmos o nosso smartphones iOS ou Android, e assim ter acesso aos sempre desejados Android Auto ou Apple CarPlay (sem fios).
No entanto, temos novamente aqui algo que me irrita profundamente! Afinal, alguns dos controlos mais importantes na prática da condução voltaram a ficar escondidos em menus touch. Por amor de deus, metam o AC, à minha frente, com botões físicos! Um dia ainda me vou espetar numa review, porque quero desligar o desenbaciamento do carro.
Quanto à condução, temos quatro modos à nossa disposição (Eco, Confort, Sport e Utilizador). Os três primeiros são os tradicionais, enquanto o último pode ser uma mistura de tudo um pouco, completamente à nossa escolha.
O comportamento em estrada é muito parecido ao Audi Q4, incluindo estes modos de condução já mencionados.
O Eco serve para poupar a bateria ao máximo, com o acelerador mais frouxo, e limite máximo da velocidade imposto nos 130 Km/h. O modo Confort/Normal serve para ter uma condução citadina tradicional, com um acelerador mais vivo, mas ainda assim pouco dinâmico. Por fim, temos o Sport, que mete a direção mais pesada, e um acelerador bastante mais vivo. Mas desengane-se se acha que isto transforma o Enyaq num carro de corrida! O limite fica nos 164 Km/h, e o melhor é mesmo não abusar muito da velocidade, se não quiser encostar às boxes muito rapidamente (leia-se, ligar-se a um carregador).
Em termos de dinamismo, o Enyaq é um carro pesado, e sente-se como tal. Pode ser ágil e suficientemente dinâmico se realmente precisar. Mas não pense que tem aqui um Audi etron Sportback, porque não é este o propósito deste carro.
Conclusão
Em suma, o primeiro elétrico da Skoda apresenta-se como uma alternativa muito interessante. Especialmente para o condutor que a cada segunda-feira que passa, arranca mais 10% do seu couro cabeludo a olhar para os preços dos combustíveis.
É bonito, oferece espaço, oferece praticabilidade, e oferece também uma boa autonomia.
Interessado? Fique a saber mais aqui. (Disponível a partir dos 39.673€. A versão de teste está valorizada a 60.000€)
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