(Análise – PS5) Grid Legends: Outro jogo de carros da EA…

(Análise – PS5) Grid Legends: Ligue o motor e prepare-se, caro leitor, para entrar em Grid: Legends. Um franchise que teve o seu início na PlayStation 3/Xbox 360 com Race Driver: Grid, em 2008, com bastante sucesso. Afinal, na altura, a hype era inegavelmente alta, visto que a Codemasters (developer) já tinha um excelente pedigree, desenvolvendo jogos de corridas desde muito cedo, sendo um dos mais famosos o F1 para a Playstation (original).

Por isso, a série destacou-se, não só pela qualidade dos gráficos e ciclos de dia/noite (algo raro em 2008), mas por ser também a melhor opção na altura para quem quisesse criar e gerir a sua própria equipa de corrida.

Agora, quatorze anos depois, temos o lançamento do quinto jogo da série.
Será que, numa altura em que existem outras alternativas ótimas no que toca ao mundo das corridas, Grid consegue-se destacar novamente? Vamos descobrir com esta análise.

Grid: Legends – Em que se distingue?

grid

Portanto, Grid: Legends tenta-se destacar desta vez pela utilização de cutscenes filmadas com atores em ambientes reais, ao mesmo tempo que aposta numa boa variedade de modos de corrida (circuito, point 2 point, eliminação, drift, etc..) e tipos de veículos (jipes, muscle cars, formula 1, elétricos, etc..).

Infelizmente um desses “pontos de destaque” cai logo por terra, refiro-me às cutscenes no modo “Driven to Glory”.

O problema de utilizar atores reais num jogo de corridas é que torna-se extremamente difícil adaptar o que acontece in-game às cutscenes que se seguem, isto, a não ser que tudo seja extremamente bem estruturado. (NFS Most Wanted e Carbon por exemplo).

Assim, em Grid, independentemente da nossa performance, as cutscenes são exatamente iguais.

Isto porque o nosso rival e antagonista no jogo está presente connosco em todas as corridas. Ou seja, mesmo que fiquemos em primeiro lugar (que fiquei em 90% das corridas), como não podemos estar constantemente a derrotar o vilão, aos olhos da história, só ganhamos praticamente a última corrida.

É extremamente frustrante o resultado a nível de narrativa ser exatamente o mesmo ficando em primeiro lugar ou apenas na posição mínima necessária para ganhar essa corrida (chega a ser preciso ficar apenas no top 8).

Tudo isto acaba por ser uma pena, pois os atores presentes neste projeto têm uma ótima performance e conseguem ser bastante cativantes no seu trabalho.

Dito isto, como nem tudo pode ser mau, no que toca à variedade de veículos, Grid continua a ser bastante forte. Cada tipo de carro tem o seu próprio peso, tração e handling, sendo necessário adaptar constantemente a nossa forma de conduzir (permitindo percorrer as mesmas pistas, sempre com abordagens diferentes). Em suma, existem assim mais de 100 carros e 22 circuitos para dominar em Legends.

Entretanto, Grid manteve, felizmente, o seu estilo “arcade” de corrida, não havendo quaisquer penalizações na performance nos carros quando chocamos com os mesmos. Dando assim liberdade para fazer ultrapassagens e drifts mais perigosos, incentivando a experimentação durante a condução.

Podemos também usar um mecânica que nos permite recuar uns segundos no tempo para corrigir erros cometidos (esta habilidade, apesar de útil, tem usos limitados de modo a não trivializar todos os desafios).

Dito tudo isto, fora do modo “Driven to Glory” (que demora apenas poucas horas a completar), temos outros três modos principais, estes são:

  • Multiplayer: onde podemos fazer todo o tipo de corridas com pessoas à volta do mundo, beneficiando também da inclusão de crossplay com outras plataformas. Só peca por não ter a opção de co-op local e splitscreen (uma grande falha).
  • Race Creator: aqui temos a opção de criar as nossas próprias corridas onde podemos modificar todo o tipo de regras e características se precisarmos de um desafio à medida. Estas corridas/circuitos podem depois ser guardadas e até partilhadas com outros jogadores.
  • Team: é neste modo que vamos passar a maioria do nosso tempo em singleplayer depois de completar o “Driven to Glory”. Podemos criar a nossa equipa, escolher as nossas “cores”, modificar os nossos carros, ganhar dinheiro em corridas e arranjar patrocinadores. Tudo isto com o objetivo de nos tornarmos a equipa de corridas número um da Grid.

Gráficos e performance

Foi nesta secção que fiquei mais impressionado! Afinal, na PS5, Grid: Legends conta com a sempre tão desejada opção de correr a 4K@120Hz! Isto, ao mesmo tempo que passa sempre uma experiência muito fluida.

Posso dizer também que a nível de estabilidade, mesmo com dezenas de carros na mesma corrida (e por vezes com chuva que só por si tem um detalhe incrível). O jogo porta-se lindamente, permitindo uma experiência fluída e constante.

Isto, salvo algum pop-in que acontece no background das pistas quando vamos a alta velocidade. Grid: Legends é mais do que satisfatório neste departamento.

Conclusão

Gostava de lhe conseguir recomendar este jogo caro leitor, mas a realidade é que gráficos bonitos e boa performance não são suficientes para justificar os 70 euros pedidos. Especialmente quando existem alternativas que fazem o que Grid: Legends faz, melhor, ou a serem capaz de oferecer mais conteúdo.

Assim, a não ser que o modo Team seja exatamente aquilo que procura… Visto que nesse caso Legends é sem dúvida a melhor opção no mercado neste momento. Recomendo adquirir apenas daqui a uns meses quando o conseguir encontrar com uma boa promoção.

Em suma, aqui está um exemplo de um jogo que, apesar de ser competente, não se destaca o suficiente da concorrência.

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Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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