Elden Ring Análise (PS5) – “Dark Souls dos jogos Open World”

Elden Ring Análise (PS5) – No que toca a jogos que moldaram uma geração, poucos developers podem afirmar ter tido a honra de tocar na alma dos jogadores. Não estamos a falar de saltos geracionais nem de jogos que venderam o maior número de cópias, mas sim de ideias audazes e bem executadas por estúdios sem qualquer medo de arriscar algo novo e desafiante.

Se retrocedermos uns bons anos, temos o exemplo de Super Mario 64 (Nintendo 64), que pegou num conceito até então inexplorado (ou horrivelmente executado), o 3D, conseguindo virar o mundo do gaming de pernas para o ar, influenciando jogos de plataformas até aos dias de hoje. Outro exemplo está em Resident Evil 4, que por sua vez moldou gerações inteiras de third person shooters.

Dito tudo isto, Se o caro leitor me pedir outro exemplo que esteja ao mesmo nível, só mesmo a FromSoftware com o primeiro Dark Souls. (Apesar de Demons Souls ter vindo primeiro, o verdadeiro impacto cultural veio depois com Dark Souls)

Entretanto, este impacto foi tão grande que o termo “Souls Like” tornou-se tão comum como “First Person Shooter” e “RPG” no que toca à descrição do género de um jogo.

O melhor exemplo disto talvez seja a forma como Cuphead foi descrito na altura do seu lançamento, o “Dark Souls” dos platformers (neste caso focando-se apenas na dificuldade extrema destes jogos).

Assim, chega-nos então pela mão da FromSoftware, um dos jogos mais antecipados dos últimos anos, Elden Ring. Será que este jogo vai “reacender a chama” (get it?) e conquistar o mundo como os seus antepassados?

Vamos descobrir com esta análise.

Elden Ring Análise (PS5) – “O Dark Souls dos jogos Open World”

Jogabilidade

Tendo já arriscado tudo uma vez, a FromSoftware decidiu agora pegar no DNA de Dark Souls e juntar tudo que tão bem sabe fazer, com um conceito já existente, o Mundo Aberto.

Parece uma evolução tão comum hoje em dia, no entanto, ao contrário de Pokémon Legends Arceus, Elden Ring vem mostrar ao mundo como é que se realiza na perfeição esta “evolução” (irónico, eu sei).

Mas vamos ao que interessa, o jogo em si! Desta forma, para quem jogou qualquer um dos três Dark Souls, a User Interface (UI) é 100% idêntica. Aliás, se lhe mostrasse uma imagem cortada apenas do canto inferior esquerdo de Elden Ring, provavelmente não o iria distinguir de Dark Souls 3. Assim, desde ter o nosso escudo associado à seta esquerda, a nossa arma na direita, os nossos feitiços na de cima e os consumíveis na de baixo, tudo parece natural!

Em relação ao canto superior esquerdo, temos a nossa barra vermelha da vida, seguida da barra azul da magia, terminando com a barra verde da stamina.

Apesar de poder parecer, isto não é uma crítica. Na realidade, eu admiro a capacidade da FromSoft de conseguir manter estes elementos intactos. Afinal, são estas pequenas coisas que ajudam a não alienar antigos fãs quando fazemos alterações deste nível num franchise.

Dito isto, a grande diferença a nível da interface vem na adição de uma bússola para nos ajudar a saber para que lado caminhamos.

Apenas isto, pois como qualquer Souls Like que se preze, não existem marcadores no mapa para absolutamente nada que não seja um único caminho para continuar a história.
Sendo possível (e altamente provável) que fiquem bastantes side quests por completar e até mesmo descobrir.

Sendo este um dos poucos jogos nos últimos anos que recompensa realmente os jogadores por se darem ao trabalho de explorar, desde itens escondidos a dungeons e até zonas inteiras!

Em relação ao combate, quem já jogou Dark Souls 3, jogou Elden Ring. Havendo apenas a adição de um Jump Atack que causa mais dano, podendo deixar os inimigos desorientados e a opção de atacar logo após bloquear com o escudo.

Este estilo de combate traduz-se em lutas metódicas e com um ênfase maior na aprendizagem dos padrões de ataque dos inimigos, aproveitando as alturas ideais para atacar, recuar, defender ou usar itens. Tudo isto enquanto gerimos a nossa stamina que se gasta com qualquer uma das ações referidas (menos a utilização de itens) e regenera com o tempo.

O Mundo Aberto

Posso dizer que nunca vi um jogo que fizesse tão bem a transição de linear para open world.

Os jogos SoulsBorne da FromSoft sempre tiveram vistas e cenários incríveis que elevaram a experiência a outro nível, para além das excelentes mecânicas de combate/exploração pelos quais também ficaram conhecidos.

Elden Ring consegue expandir da forma certa, tendo os castelos, fortalezas, masmorras, pântanos e outras zonas lineares às quais estamos habituados e adoramos. Tudo interligado por um vasto mundo cheio de segredos e histórias a desvendar. Afinal, uma simples caverna escondida atrás de umas árvores tanto pode ter um baú com itens, como uma dungeon gigante com direito a boss.

É aqui que está a diferença!

Fazer um mapa grande, qualquer um é capaz, mas preencher esse mapa com conteúdo único, interessante e que não causa fadiga? Isto mesmo após horas de exploração, é simplesmente louvável nos dias de hoje.

Para ajudar nesta viagem temos também uma mount. Que para além de permitir alguma verticalidade (um dos pontos fortes deste jogo), permite também combater sem termos de desmontar. Na minha opinião, isto permite manter muitas vezes a fluidez da ação.

Gráficos e Performance

Como seria de esperar temos duas formas de jogar Elden Ring na PS5, modo “performance” e modo “gráficos”.

Em modo performance, o jogo consegue manter-se na sua maioria entre os 50/60 FPS. O que apesar de não ser perfeito (é o suficiente para se notar durante o gameplay)… Está dentro do aceitável tendo em conta a dimensão e a complexidade de Elden Ring.

Em modo “gráficos” o jogo mantém-se entre os 35/40 FPS. Assim, é evidente que a queda no framerate é bastante acentuada entre os dois modos. Contudo, a diferença na qualidade gráfica também o é, especialmente no que toca à iluminação (um elemento muito importante num jogo com esta estética).

Pessoalmente gostaria de per visto um equilíbrio maior especialmente no motor de iluminação. Talvez pudessem ter jogado mais com a qualidade das texturas porque a diferença é demasiado grande neste aspeto. Dei por mim constantemente a batalhar com a indecisão de ter frames mais altos ou ver o mundo noutra luz (get it?).

Conclusão – Elden Ring Análise

Posso concluir dizendo que Elden Ring é realmente o derradeiro Souls game. Tudo o que faz destes jogos o fenómeno que são, está presente aqui… Multiplicado.

Temos pequenas ou grande melhorias/ajustes, no combate, na exploração, nas “dungeons”, na história… Tudo isto sem nunca perder o foco e sem sacrificar aquilo que tornou estes jogos verdadeiramente especiais.

Recomendo a qualquer fã de dark fantasy (magia, dragões, castelos, armas míticas, etc)! Que além de tudo isto, também goste de combate metódico em tempo real e de explorar um mapa gigante extremamente bem desenvolvido.

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Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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