Finalmente! Chegámos ao momento mais esperado das nossas infâncias caro leitor! Ao momento em que podemos entrar num jogo de Pokémon de “mundo aberto”!
Desde que me lembro de ser gente, e de descobrir o que era um jogo de mundo aberto, e por sua vez, joguei GTA 3, que queria algo similar no mundo de Pokémon. Ver os Pokémon a caminhar em planícies, montanhas e lagos enquanto eu estou à espera com uma Pokébola na mão, pronto para os capturar.
Dito isto, visto que este ‘novo’ jogo se passa num passado longínquo, em que a tecnologia não era tão banal como nos restantes jogos da saga. Agora temos estábulos em vez de PCs! E espante-se, o Pokédex não é mais que um simples caderno onde vamos anotando o que aprendemos sobre estas criaturas míticas.
Pois bem, será que é este o jogo que vai revolucionar o mundo Pokémon?
Portanto, na minha opinião, se estivéssemos em 2010, eu diria que o meu sonho se tinha tornado realidade. Em 2022? Hell no! Afinal, olhando para Legends Arceus, e aceitando a realidade que é um jogo de 2022, vejo apenas o facto de a Game Freak já não saber o que quer fazer com este IP, ao mesmo tempo que sabe que qualquer lançamento, seja ele bom ou mau, vai ser sempre um sucesso de vendas.
História
O jogo começa com a nossa personagem à deriva no espaço (e no tempo). Onde eventualmente somos abordados por Arceus.
É aqui que criamos a nossa personagem escolhendo entre oito (sim, só oito) opções de avatar, quatro rapazes e quatro raparigas, que apenas variam um pouco o tom de pele e o cabelo. Feita a escolha, somos enviados pela entidade lendária, para o “passado” da região Sinnoh, Hisui. Para quê? Obviamente… A tradicional missão de completar o Pokédex.
Ao chegar, percebemos que não temos nada para além do nosso telemóvel. Que claro, foi transformado num arcphone por Arceus, bem como os nós pézinhos. Afinal, estamos a falar de um mundo aberto, onde andar é quase sempre a palavra de ordem.
Desta forma, ao acordar numa praia neste estranho lugar, somos abordados pelo professor Pokémon deste jogo que se mostra bastante intrigado pelo nosso aspeto futurista, bem como com a nossa história de como fomos ali parar.
Por fim, a nossa aventura tem verdadeiramente início quando nos conseguimos juntar à Galaxy Team e começamos a explorar Hisui, fazendo missões para o clã Diamond e Pearl (sim, este jogo está fortemente relacionado com a geração 4).
Expectativas
Muitos fãs estavam à espera que Legends Arceus fosse um ponto de viragem para a série. Em que juntamente com este novo sistema de mundo aberto, fossem finalmente introduzidas outras atualizações e inovações, que por sua vez iriam levar a saga Pokémon para um novo nível, quase que como uma nova era.
Contudo, infelizmente, posso dizer que Arceus é na realidade apenas mais um jogo Pokémon com algumas alterações/novidades que não jogam propriamente bem umas com as outras.
Outra questão é o facto do “mundo aberto” de Arceus (que muitos esperavam) ser mais parecido com um Monster Hunter clássico, do que com um mundo realmente aberto. Ao fim ao cabo, temos uma aldeia principal a partir de onde escolhemos para que zona queremos ir consoante a nossa missão/Pokémon que queremos apanhar. Essa expedição termina quando vamos a um acampamento e entregamos o nosso relatório ao professor, voltando à aldeia.
Gráficos e performance
Apesar de tudo, apesar de todas as promessas ‘falhadas’, os gráficos são sem dúvida a parte mais ofensiva deste titulo.
Estamos a falar de um jogo AAA lançado em 2022 com fidelidade gráfica consideravelmente pior do que Breath of the Wild, lançado em 2017 (também um first party na Nintendo), ao ponto de nem parecerem ser da mesma geração de consolas.
As texturas têm uma resolução baixíssima, incluindo a roupa das personagens (o que é um problema com a quantidade de diálogo sem voice acting que está presente no jogo), assim como a disposição da vegetação no mundo não parecer nada natural ou consistente
Curiosamente, mesmo com a fraca qualidade gráfica, a performance do jogo não se consegue manter estável! Temos bastantes quedas de frames consoantes a ação que esteja a decorrer.
Em suma, penso que o jogo teria beneficiado seriamente da utilização um art style mais simplista e estilizado, conseguindo resolver três problemas:
Resumo:
- Baixa resolução,
- Baixa qualidade gráfica,
- Os sons antiquados emitidos pelos Pokémon! (Acho que perderam uma ótima oportunidade de dar finalmente a todos os Pokémons o tratamento do Pikachu e da Eve em Let’s Go).
Gameplay
Muito resumidamente, Legends Arceus pode ser dividido em três elementos:
- Capturar Pokémons (resume-se a aproximar com cuidado, muitas vezes escondido em erva alta e atirar uma pokébola no momento certo sem sermos detectados),
- Combater contra Alfas/Pokémons agressivos e treinadores,
- Recolher material para usar o sistema de crafting.
Devido a tudo isto, o “mundo” em si é, infelizmente, incrivelmente vazio. Afinal, para além de apanhar os mesmos Pokémon vezes sem conta. (Ao fim ao cabo, agora é necessário apanhar várias vezes o mesmo pokémon, de formas diferentes. De forma a concluir uma única entrada no Pokédex). Podemos também recolher material para o novo sistema de crafting.
Entretanto, este sistema consiste, na grande maioria, de itens presentes nos antigos jogos (pokébolas, revives, poções, etc.). Material que além de ser comprado, pode agora ser criado por nós, usando material recolhido pelo mundo.
Esquecendo estas inovações, mecanicamente, Pokémon Legends :Arceus é bastante similar aos seus antepassados.
Continuamos a escolher o nosso starter entre três tipos básicos. Podendo depois ir criando a nossa equipa de seis Pokémon que iremos utilizar para lutar contra outros treinadores e Pokémons selvagens.
Bem, nem tudo é igual, uma das maiores diferenças no que toca ao combate. É sem dúvida a implementação dos estilos “Strong” e “Agile” em combate.
Estamos a falar da possibilidade de escolher se queremos utilizar um “move” que cause mais dano. (Mas utilize mais PP e demore mais tempo a recuperar). Ou um que seja mais rápido mas menos destrutivo. (Utilizando menos PP e o Pokémon rapidamente se prepara para outro ataque). Existindo assim a oportunidade de um Pokémon atacar várias vezes seguidas.
Entretanto, noutra novidade, ao vaguear pelo mundo, para além dos Pokémon normais, temos agora alfas. Estes são versões mais poderosas e com ataques mais raros que se distinguem pelo seu tamanho e pelos olhos vermelhos. Pois bem, desta vez o jogador em si não está imune à fúria de Pokémon selvagens! sendo alvo de todo o tipo de ataques se tiver o azar de ser detectado por um Pokémon mais agressivo.
Quando isto ocorre temos duas opções, fugir utilizando o nosso movimento de dodge roll. Ou lançar um dos nossos Pokémon na direção do atacante e iniciar combate. (Passando assim, infelizmente, a ser uma batalha por turnos tradicional).
Existe agora também um sistema de fast travel que facilita a movimentação pelo mapa, visto que é bem mais vasto do que títulos anterior. Este sistema é o que nos permite, por exemplo, regressar a um acampamento para recuperar a saúde dos nossos Pokémon antes de continuar a aventura. (Não existem ainda Poké Centers nesta época).
Conclusão
Em suma, a questão de que se PL: Arceus vale a pena… Resume-se apenas ao quão o leitor valoriza ser largado numa grande área, com a sua equipa, e pokébolas, apenas com o objetivos de encontrar e capturar Pokémons.
Para alguns, essa experiência é mesmo só aquilo que procuram. A ideia de fazer safaris durante horas a fio, para no final do dia regressar ao professor com um saco cheio de pokémons.
Para mim, isso é insuficiente. Pokémon Legends : Arceus é a verdadeira definição de potencial desperdiçado.
Afinal, praticamente tudo aquilo que a Game Freak poderia ter feito para propulsionar finalmente o Pokémon para o futuro ficou por fazer. Talvez por ter medo de alienar antigos fãs, muitas das mecânicas originais do jogo ainda estão presentes. Que por sua vez, entram um pouco em conflito e parecem antiquadas comparativamente a algumas das novas adições e dinâmicas. É um jogo que não sabe bem o que quer ser.
Temos muito mais dialogo, porém não há voice acting. Temos um mundo muito mais vasto, porém não há muito que o preencha. Há side quests, porém estes não têm praticamente variedade. E por fim, temos encontros com Pokémon muito mais dinâmicos, porém o combate em si continua a ser o mesmo de sempre (salvo pequenas alterações).
Enfim… Havia potencial para muito mais.
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Será que a Game Freak se encostou? Ou está a gostar do jogo? Antes de mais nada, partilhe connosco a sua opinião nos comentários em baixo.
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