Sendo fã e jogador assíduo desta saga há mais de uma década, confesso que de início tive alguma dificuldade em encontrar motivação para jogar esta nova versão do super popular simulador Football Manager.
Ao fim ao cabo, assim que acabo de instalar Football Manager 2022… Percebo imediatamente que continua praticamente tudo igual no que toda a menus e interfaces! Ou seja, na parte visual, nada de novo. O que claro está, levanta logo uma questão… Será que o mesmo acontece em tudo o resto?
(Análise) Football Manager 2022: Mais do mesmo!?
Portanto, como o que salta à vista são sempre os ecrãs iniciais, e os próprios menus e interface, a primeira impressão não é de todo a melhor, porque infelizmente, as cores originais escolhidas não são as mais apelativas (mas também deve ser uma questão de gostos, e por isso, peço desde desculpa por não ser muito fã de cor-de-rosa ). Contudo, como nem tudo é mau nesta vertente, aqui temos de salientar a opção de troca do esquema de cores no que toca a atributos dos jogadores, posições etc… Mas, infelizmente, nunca aquela cor-de-rosa horrível nas barras de menus.
Entretanto, passado algumas horas a olhar para todo o lado, à procura de diferenças, decidi continuar, e pude constatar algo que parece nunca mudar, lesões, sim… Após o primeiro clique para avançar, a primeira lesão de um jogador.
Pois bem, verdade seja dita, sempre fui um sortudo no que toca a lesões e neste “novo” FM, não foi diferente, bastou-me um clique no avançar e puff… 1ª lesão! No entanto, muito provavelmente devido às críticas dos jogadores, parece que este sistema perdeu um pouco da sua componente RNG, visto que com a continuidade da temporada, constatei que acabei por ter menos lesões no conjuntos dos plantéis da minha equipa, em comparação aos anos anteriores, especialmente as mais inesperadas e mais parvas.
Passando para outro tema, talvez um dos mais entusiasmantes de qualquer FM… As transferências!
Ao fim ao cabo, agora, ao ver o perfil de um jogador, no campo do seu valor de transferência vai ser possível encontrar 2 intervalos, que claro está, serão os valores em que a equipa estará disponível para negociar, de forma a libertá-lo.
Ainda assim, como é costume, e verdade seja dita, é muito provavelmente a maneira como tudo isto funciona na vida real, as conversas com os agentes dos jogadores, antes de apresentar proposta, serão sempre a melhor solução neste jogo! Pois teremos logo certezas se o jogador estará interessado em ingressar na nossa equipa, e claro, o valor mais aproximado que teremos de meter em cima da mesa, para o clube abrir a mão do jogador.
Outra coisa que continua quase igual são os relatórios de observação por parte dos olheiros na nossa caixa de correio. Isto, à exceção de uma pequena mudança, que me irrita profundamente. Afinal, deixámos de ter a possibilidade de vermos os atributos sem ter que abrir o perfil do jogador, o que se torna chato e é obviamente menos prático.
Jogabilidade! O que mudou? Pouca coisa… E para pior
Em termos de jogo propriamente dito, o tão badalado “novo motor de jogo”, acaba por desiludir. Aliás, para mim, que sigo a saga há vários anos, parece-me um passo atrás. Tenho algumas expetativas para futuras atualizações, mas se há coisa que a vida me ensinou, é que quando algo nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
Mas vamos à análise das novidades em si, é que para mim, este ‘match engine’ não é nada mais que um rip-off do velhinho FIFA 2010, em que os jogadores parecem todos o Corcunda de Notre Dam, todos marrecos, ao mesmo tempo que disputam lances que desafiam as leis da física. A forma da bola rolar é estranha, a forma como a mesma toca nos pés dos jogadores é ainda mais estranha, e como cereja no topo do bolo, os jogadores não correm, parecem deslizar no relvado que nem o Michael Jackson num palco.
E o VAR?
Algo que pude notar, é que as decisões que se pede recurso ao VAR, parece me a mim (até agora) que todos os lances que vão a decisão, são sempre validados, o que tira alguma piada ao ter o VAR no jogo. Uma funcionalidade que nunca foi bem implementada, visto que agora são sempre validados, e no passado, eram sempre anulados. Seria positivo ter aqui algo verdadeiramente dinâmico, para tornar o jogo mais emotivo para quem está atrás do ecrã.
Joga bonito! (Se conseguires… É provável que consigas.)
Não tive muita dificuldade em meter a equipa a jogar bem e a obter bons resultados, curiosamente a aproveitar táticas dos anos anteriores. O que eu acho incrível, visto que comecei logo a pré-epoca a espetar 4 golos ao Benfica (fiz época no Sporting), e mesmo assim, tive várias queixas dos jogadores e equipa técnica. Equipa essa, que sendo bastante fraca, foi capaz de produzir bons resultados quase no imediato.
Entretanto, para quem gosta de ir mais a fundo na tática, devido ao novo motor de jogo, na minha opinião ainda muito pobre, vai ficar um pouco desiludido. Afinal de contas, parece existir ali um “default” sempre ativo, que faz a equipa jogar sempre da mesma maneira. Ou seja, muitas das vezes, não existe uma reação às modificações que vamos fazendo.
Aliás, este motor de jogo já me deu alguns ataques cardíacos sem necessidade! Visto que muitas vezes, a equipa adversária manda um bico para a frente, e a nossa equipa de centrais começar a correr para a bola, mas por alguma razão… do nada… desiste! Deixando para o GR… Com o avançado opositor em pleno sprint. Perdi certamente alguns anos de vida com estas brincadeiras do motor de jogo.
Conferência de Imprensa
Agora, as conferências de imprensa estão muito mais curtas, mesmo antes de grandes jogos, na minha opinião, com perguntas que nem fazem sentido ou lógica, para o jogo em questão, o que se torna frustrante, pelo menos para mim. O botão de “Enviar Adjunto” nunca pareceu tão apetitoso como agora.
Por falar em coisas ‘boring’, temos também reuniões com a equipa técnica. O que se torna chato com o passar do tempo. Sendo mais fácil recusar ir à reunião e pedir simplesmente o relatório na caixa de correio como estamos habituados dos anos anteriores.
Conclusão
Em suma, embora as diferenças existentes sejam poucas, e algumas, para pior. A verdade é que FM continua a ser o melhor jogo de simulação da experiência de treinar uma equipa de futebol. Continua muito completo no que toca à base de dados de jogadores e staff. Mas, na minha opinião, o preço pedido é um abuso para o que encontramos no jogo propriamente dito. Existe muito espaço para melhorar, mas é inegável que a evolução em vez de ir para cima, foi para o lado. Curiosamente, o que às vezes acontece às bolas que vou chutando nas peladinhas com os amigos.
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