Combustíveis: Carregar um híbrido é caro! Qual é a solução?

Há algumas semanas atrás, noticiámos que a rede de carregamento nacional para carros elétricos encareceu significativamente. Um fenómeno que acabou por afastar, ainda mais, os carros híbridos ‘plug-in’ dos carregadores públicos, devido à maneira como todo o ecossistema foi montado, e este tipo de carro carrega.

Mas, antes de mais nada, vamos por partes, de forma a perceber o porquê de um carro híbrido ‘plug-in’ carregar de forma diferente, e de por isso mesmo, não existirem grandes vantagens no carregamento fora de casa.

Algo, que na minha opinião, me irrita profundamente, visto que na ótica do utilizador, andar de forma elétrica não deve ser apenas uma forma de poupança, mas também uma maneira de ser mais amigo do ambiente, ao percorrer quilómetros de forma mais limpa e sustentável.

Mas vamos por partes.

Combustíveis: Carregar um híbrido é caro! Qual é a solução?

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Portanto, é preciso ter em conta que a grande maioria dos carros elétricos PHEV (Híbrido Plug-In), ou seja, veículos com as duas motorizações, com a capacidade de andarem apenas e só de forma elétrica, carregam de forma mais lenta, em comparação direta a um veículo 100% elétrico.

Por exemplo, cá por casa, tenho um VW Golf GTE que carrega a 3.7kWh, e ainda um Mercedes Class A250e, capaz de chegar aos 7.4kWh. Isto significa que o GTE irá demorar pouco mais de 2 horas a chegar a 100% da sua bateria (~45KM), enquanto o Class A 250e, apesar de ter uma bateria maior, e uma autonomia também ela maior (~70KM), vai também demorar mais ou menos 2 horas a carregar dos 0 aos 100%.

Mas, caso não saiba, estas velocidades de carregamento são muito baixas em comparação ao que um carro 100% elétrico é capaz de conseguir. Por isso, na rede de carregamento Nacional, de forma a tentar manter os postos mais rápidos, para os carros realmente capazes de aproveitar grandes velocidades, os carregamentos são pagos ao minuto.

Vamos imaginar a seguinte situação, como exemplo.

Imagine que quer ir à mercearia encher um ‘pequeno’ garrafão de azeite de 5L.

Vai lá, e rapidamente o vendedor o informa que só tem um funil muito estreito, e por isso, vai demorar 2 horas a encher o seu garrafão. Curiosamente, é o único funil capaz de caber no gargalo do seu garrafão. Por isso, como vai demorar muito tempo, a loja vai cobrar ao minuto, em vez de ao litro de azeite vendido.

Entretanto, depois de si, existe uma fila de vizinhos seus com garrafões de 50L, com um gargalo muito maior, onde poderá ser posto um funil de grandes dimensões. Encher estes garrafões vai ser muito mais rápido. O pagamento também será feito ao minuto, e na verdade, apesar de serem mais 45L, vai ser um valor muito parecido ao seu. Porque vão ocupar o dono da loja, durante o mesmo exato tempo. E claro, o dono da loja não tem culpa do gargalo da sua garrafa, ele quer ganhar o seu ao fim do dia.

É um bocado isto que se passa no mundo elétrico! Um carro PHEV tem uma bateria pequena, como o garrafão da história em cima, com um gargalo também ele muito pequeno. Isto enquanto um carro BEV tem uma bateria de grandes dimensões, com um gargalo também ele muito maior.

Em suma, apesar de ambos serem considerados carros elétricos, existem grandes diferenças entre um BEV (100% elétrico) e um PHEV (Híbrido Plug-In).

O problema é que um condutor de um PHEV também quer carregar o seu carro, o máximo possível, de forma a poupar euros em gasolina, e também ser amigo do ambiente.

No entanto, como começa a existir uma falta de postos de carregamento a nível nacional, especialmente nas cidades… De forma a desincentivar o carregamento de PHEVs, temos agora a grande maioria dos postos a cobrarem o carregamento ao minuto.

Em suma, apesar de irritante, é um sistema que até faz algum sentido! Afinal, faz sentido meter um Golf GTE, capaz de carregar a 3.7 kWh, num carregador rápido de 50 kWh numa estação de serviço da A1, a ocupar um espaço, que um condutor de um veículo 100% elétrico, vai precisar como de pão para a boca? Claro que não! Mas isto não significa que não existam soluções para resolver este problema! 

Vamos imaginar que quer um híbrido plug-in, mas não tem garantem, ou quer um veículo deste tipo, mas não tem onde o carregar fora de casa, como por exemplo, no emprego. Qual é a solução?

Pois bem, em algumas regiões, estão a ser montados carregadores de potência baixa nos postes de iluminação, na rua. (Link)

É uma opção muito interessante, para retirar estes veículos da rede mobi.e, ao mesmo tempo que apostamos forte e feio na eletrificação da frota automóvel em Portugal. Especialmente, porque isto nem seria algo obrigatório em todos os postes, ou em todas as ruas. Poderia ser algo feito a nível local, pelas autarquias, a pedido dos condutores.

Estamos a falar de uma nova fonte de receitas, e uma solução para a transição energética pela qual vamos ter de passar no mundo automóvel. Entretanto, é algo que já está a ser feito em Inglaterra e na Irlanda, com muito sucesso.

 

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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