Quando se fala em consolas de nova geração, em placas gráficas como a RTX 3090 ou RX 6900 XT, os jogadores pensam logo em gráficos de cortar a respiração, e jogos capazes de simular a nossa realidade, quase como se estivéssemos dentro da Matrix! (Já viu o trailer?)
No entanto, verdade seja dita, as consolas de nova geração não nos estão a apresentar grandes melhorias gráficas. Aliás, ainda ontem tivemos um evento de apresentação para o que aí vem, no mundo Sony PlayStation 5, e muitos foram os jogadores que apontaram para o novo God of War, como muito similar, graficamente, à versão lançada em 2018.
Sabe porquê? Porque a nível de fidelidade gráfica, já não há mesmo muito por onde melhorar! Ou seja, apesar de existir uma diferença a nível gráfico, a verdade é que o salto não tem nada a ver com gerações anteriores! Ora veja o exemplo em baixo, de Gran Turismo 6.
(Especial) Novo God of War para a PS5 tem gráficos iguais à PS4? Porquê?
Portanto, antes de mais nada, tenho de dizer que com os meus 29 anos, a minha primeira consola (realmente minha) foi uma PlayStation 1, uma consola que impressionou tudo e todos com os seus gráficos 3D e cinemáticas pré-renderizadas, em jogos como Gran Turismo, Final Fantasy 7 e Metal Gear Solid. Estamos a falar de uma pacote que era baseado num simples processador de 33Mhz e apenas 2 megas de RAM.
Pois bem, logo a seguir tivemos a sua sucessora, uma das consolas mais populares do planeta, a PlayStation 2, que foi capaz de trazer gráficos ainda melhores graças ao seu processador de 300Mhz e 32 megas de memória RAM.
Ou seja, com a PS2, já tínhamos um processador 10x mais rápido, bem como um aumento brutal de 16x na quantidade de memória RAM.
Além desta consola, tivemos também a sua rival, a Xbox Original que contava com um CPU Pentium III capaz de chegar aos 700MHz, contando ainda com 64 Megas de memória RAM. O salto gráfico foi real nesta geração!
Posteriormente, tivemos a Sony PlayStation 3 com o seu processador Cell, com 7 núcleos de processamento (mais 6 núcleos que na geração passada) e 512 megas de memória RAM.
Entretanto, a Xbox 360 era mais fraca a nível de processamento, mas ainda assim contava com um CPU com 3 núcleos feito pela IBM, bem como 512 megas de memória. Uma geração, onde o salto gráfico foi novamente palpável, graças ao grande poder de processamento de ambas as consolas, e claro, grande aumento na quantidade de memória RAM disponível para ambos os sistemas.
Pois bem, foi a partir daqui que as grandes da indústria decidiram começar a fazer dinheiro! (Com o lançamento da Xbox One e PlayStation 4)
Especialmente a Sony, que caso já não se lembre, demorou muito tempo até conseguir retirar algum dinheiro na venda da sua PS3. Afinal de contas, caso não saiba, a PS3 chegou a mercado a custar 599€, no entanto, custava 840€ a produzir.
Por isso, para a nova geração, tanto a Microsoft como a Sony decidiram criar uma sucessora um pouco menos poderosa para o seu tempo, de forma a tornar todo o sistema menos complexo, mas ainda assim versátil e capaz de oferecer uma boa experiência.
Foi por isso que a passagem da PS3 e Xbox 360 para a PS4 e Xbox One não significou um salto gráfico tão evidente, isto, em relação às gerações anteriores.
Afinal de contas, a PS4 conta com um processador AMD Jaguar de 8 núcleos e 8GB de memória RAM. No lado da Microsoft, temos a Xbox One com um processador muito similar, e os mesmos 8GB de memória RAM. Um bom aumento na RAM, mas um aumento muito fraco no poder do CPU… Aliás, na altura, alguns estúdios afirmaram que o Cell da PS3 era tão ou mais poderoso que o novo CPU da PS4.
Então e agora? O que trazem a PS5 e Xbox Series X para cima da mesa?
Pois bem, agora temos 2 consolas novamente baseadas em hardware muito idêntico. Que obviamente irão trazer algumas melhorias significativas na performance, mas que nem de perto nem de longe equivale aos saltos de performance que vimos na passagem da PS1 para a PS2, ou da PS2 para a PS3.
Afinal, a grande diferença entre as duas consolas é o GPU, com uma diferença de mais ou menos 2 Teraflops na performance computacional gráfica entre as consolas rivais. O que por sua vez, faz com que a diferença gráfica entre estas duas gerações de consolas não seja nada do outro mundo.
Aliás, em boa verdade, é muito provável que o “antigo” tipo de salto na performance nunca mais aconteça.
O que por sua vez abre espaço a uma aposta noutras tecnologias! Como é o caso da nova geração, onde tanto a PS5 como a Xbox Series X apostam em novas tecnologias que serão capaz de trazer outras vantagens, como os SSDs super rápidos, e tecnologias visuais como o Ray Tracing e VRS.
Conclusão
Não pense que estou a dizer que não vamos ter uma boa evolução entre as consolas lançadas originalmente em 2013 e a nova geração. Porque não é isso que estou a tentar dizer.
Na minha opinião, temos um foco muito maior na adoção de novas tecnologias e funcionalidades, em vez de uma grande aposta nos gráficos.
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