É inegável que a AMD impressionou tudo e todos com os seus processadores Ryzen, baseados nas arquiteturas Zen. Uma aventura que começou em 2017, e continua a ‘bombar’ em 2021. Foi uma gama de produtos que inovou no campo do desempenho/preço! Mas também foi capaz de conquistar os consumidores, ao trazer um aumento muito significativo no número de núcleos de processamento físicos, e threads.
No entanto, passados todos estes anos, para aumentar os 16 núcleos e 32 threads que o Ryzen 9 5950X atualmente apresenta, parece que a AMD vai ter de meter a cabecinha a pensar, mudando um pouco a forma como a sua arquitetura foi desenhada e acaba por funcionar. É que a Intel parece estar lentamente a acordar, e por isso, a AMD não pode de maneira nenhuma tirar o pé do acelerador.
Ora vamos tentar perceber.
Interessante! AMD precisa de mudar o design para aumentar número de ‘cores’
Portanto, como já dissemos várias vezes na Leak.pt, a AMD conseguiu passar para a frente da Intel em termos de performance, e também em termos de custos de produção, devido ao facto de montar um processador às peças, enquanto a Intel faz cada um dos seus processadores como um todo.
No entanto, como em qualquer coisa neste mundo, tudo tem as suas desvantagens. Afinal de contas, as ‘peças’ mais importantes na arquitetura Zen 3, os CCDs ou Compute Complex Dies, têm uma limitação física que está a impedir a AMD de aumentar significativamente o número de núcleos de processamento nos seus processadores focados no mercado de consumo tradicional. Pelo menos no imediato.
Assim, muito resumidamente, cada CCD tem uma limitação física no número de núcleos que consegue ter em si, devido à forma como todos os componentes são interligados entre si na arquitetura Zen 3. Ou melhor, o que está a limitar o aumento, é mesmo a comunicação entre componentes, nomeadamente entre o CCD e a memória Cache. Afinal, nos processadores atuais, a AMD utiliza um ‘Ring Bus’ bidirecional, para interligar os 8 núcleos de CPU aos 32MB de cache L3, bem como outros componentes essenciais como a interface IFOP.
Ring Bus Bidirecional?
Imagine um autocarro a andar à volta de um quarteirão, apanhando e largando pessoas entre um ‘x’ número de edifícios. Estes edifícios são os componentes, enquanto as paragens de autocarro são as ring-stops. Cada componente tem um ‘ring-stop’, para permitir a entrada ou saída de dados. Dito tudo isto, num Ring Bus Bidirecional, temos dois autocarros a andar em duas direções diferentes. O problema é que o acréscimo destas paragens faz também com que a latência aumente consideravelmente.
Continuando…
Curiosamente, a Intel percebeu muito cedo, em 2010, que não ia conseguir escalonar muito mais o número de núcleos dentro dos seus processadores, utilizando o tradicional Ring Bus. É por isso que começou a desenvolver um novo design, denominada de “Mesh Topology”! Uma ‘mesh’ que não é mais que um ring bus com mais pontos de conectividade entre componentes, sendo na verdade um ponto intermédio entre o ring-bus e um design full interconnectivity (Em que cada componente fala diretamente com outro componente. Algo impraticável nos processadores modernos.)
Curiosamente, a AMD não usou sempre o design Ring Bus, preferindo a inter conectividade entre CCDs e a memória cache. O que claro está, na altura dos Ryzen 2000 e Ryzen 3000, deu origem a alguns problemas de latência.
Em suma, dito tudo isto, para o futuro, para continuar a correr atrás de um aumento do número de núcleos e threads, a AMD tem de mudar a sua estratégia. O que poderá levar a um empilhamento de vários componentes dentro da mesma die.
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Achas que a corrida continua no número de núcleos, ou está na altura de pensar na eficiência do processador? Partilhe connosco a sua opinião nos comentários em baixo.
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