(Análise) Days Gone: Um exclusivo PlayStation que foi para o PC

Bem vindo de volta, caro leitor, ao papel de Deacon St. John e à sua história de sobrevivência numa América pós-apocalíptica. Sim, bem vindo de volta, visto que Days Gone foi um exclusivo da PS4 desde 2019 até agora, sendo portado para o mundo do PC dois anos após o seu lançamento original.

Uma decisão estranha por parte da Sony, visto que esta valoriza bastante os seus franchises exclusivos. (Que na verdade, são muito importantes num mundo em que as consolas estão cada vez mais obsoletas).

No entanto, como foi possível verificar em 2019 e agora novamente em 2021, existe um infeliz motivo para esta quebra da exclusividade. Passo a explicar nesta análise.

História/Gameplay

Análise Days Gone

Entretanto, se quiser ler a análise da versão original (PS4), basta seguir este link que vos irá levar à análise feita pelo nosso editor Nuno Oliveira em 2019. Mas vamos ao que interessa! O port!

Em suma, Days Gone coloca-nos nos sapatos de um motoqueiro a tentar sobreviver ao Apocalipse zombie no interior dos Estados Unidos. Assim, em 2017, depois de uma tentativa de fuga aos “Freaks” na cidade de Farewell (com pouco sucesso), Deacon e Booze (um colega do mesmo gangue), agora em 2019 e no interior de Oregon, focam-se apenas e só na sua própria sobrevivência.

Como? Muito simples! Enfrentando juntos todos os desafios que um setting destes acarreta, entre milhares de freaks, uma escassez cada vez pior de mantimentos, e claro, alianças frágeis com outros sobreviventes.

Ou seja, ao contrário de jogos como Resident Evil em que o foco não está no volume mas sim na “presença” e ameaça que cada zombie apresenta individualmente, Days Gone decidiu forcar-se na quantidade. O que infelizmente levou a um detrimento da qualidade. Assim, ao estilo de World War Z (o filme de 2013 com Brad Pitt), a ameaça principal está no número muito elevado de Freaks (os zombies) contra quem o jogador tem de se defrontar. Significa isto que, individualmente ou em pequenos números, estes freaks não são grande ameaça (principalmente com o sistema de stealth, que nos permite ir matando um a um sem sermos detetados). Porém quando se trata de hordas, a única opção é fugir, e na verdade, é aqui que está o ‘fun’ deste título.

Para isto, como já deve ter percebido pelas imagens de marketing do jogo, podemos utilizar a nossa mota (o método principal de transporte). Que entretanto pode ser altamente modificada e “quitada” ao longo do jogo. Melhorando a sua velocidade, durabilidade, consumo, etc…

Consumo? Sim, naquilo que posso dizer ser o primeiro “tiro no pé” deste jogo. A nossa mota consome combustível. O que faz todo o sentido num setting pós-apocalíptico, mas que é uma autêntica dor na alma enquanto jogamos.

Imagino o que vai na cabeça do leitor: “DUH”, mas pare para pensar nas implicações que isso realmente mete no jogo em si. Parece óbvio, mas será que realismo a mais não se torna um problema? Só tem de Imaginar jogar GTA V e ter de parar uma missão a meio para reabastecer numa bomba antes de continuar…

Como seria também de esperar de um jogo de mundo aberto, temos as nossas missões principais em que avançamos a história, assim como missões secundárias que podemos ir completando a pedido de outros sobreviventes. E é nesse “busy work” que Days Gone mostra a sua maior falha… Afinal, é um jogo de mundo aberto onde o conteúdo é extremamente repetitivo.

Port/Performance

Falando agora do port em si, na maior parte, as notícias são boas. Fiz o teste com a minha GTX 1080 em 2K, e posso dizer que, mesmo quando temos muitos freaks presentes ao mesmo tempo, a performance mantém-se estável a 60fps+.

Dito isto, a nível gráfico temos um menu muito completo para trabalhar e ajustar se for necessário.(Algo muito importante de se incluir quando se faz um port de uma consola para PC). Felizmente, a fidelidade gráfica em si também melhorou bastante em relação à versão original da PS4 (que seria de esperar), principalmente em resoluções mais altas. Ou seja, neste port, temos a resolução de alguns dos problemas mais graves do jogo, que foram apontados na review original… A performance era “mázita”, mesmo na PS4 Pro. O mesmo não acontece no PC.

Entretanto, onde este port deixa um pouco a desejar é sem dúvida na configuração dos menus dentro do próprio jogo. (Como a seleção de armas/curativos/etc…). Na minha opinião, um bom port de consola é aquele que se consegue adaptar a 100% à utilização de rato e teclado. (Nunca partindo do pressuposto que o jogador tem um comando ou que sequer o quer utilizar). Infelizmente, Days Gone optou por não alterar o menu radial original que, funciona lindamente se utilizarmos os analógicos de um comando, mas é terrível para quem joga com rato e teclado. (Chateou-me tanto que tive de ceder e utilizar o meu gamepad).

Conclusão

Days Gone, apesar de ter um conceito interessante dentro do género de zombie survival. Acaba por sofrer de elementos demasiado repetitivos. Assim como mecânicas questionáveis que tornam a experiência ainda um pouco mais entediante.

No entanto, como disse anteriormente, o port em si está muito bem conseguido (excepto os menus). Por isso, para quem gostou da versão original, vai encontrar a mesma experiência mas com gráficos e performance melhorados. O que pode ser suficiente para um regresso.

Em suma, recomendo a qualquer fã da versão original. Assim como a fãs de jogos de mundo aberto que gostem da ideia de centenas de zombies e não se importem com alguma dose de repetição.


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Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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