Ah Minecraft, as memórias que eu tenho de em 2009 estar na minha mina a cavar à procura de diamantes ao som de Pink Floyd (neste caso especifico Comfortably Numb) enquanto chovia na rua. Excelentes memórias, que pelos vistos, têm muito potencial para o futuro.
Afinal de contas, o titã que é o Minecraft já viu o seu IP usado para construir muitos géneros diferentes de jogos ao longo dos anos.
O que começou como fan made mods do Minecraft original, mostrou aos developers o potencial que o Minecraft tem para além do conceito de world building inicial. Dito isto, o Minecraft Dungeons é mais uma interpretação deste IP! Onde a nossa personagem é colocada num A-RPG (Action Role Playing Game)/Dungeon Crawler. Tudo muito ao estilo de Diablo e com uns ligeiros toques de uma certa pérola da PS1!
Esta experiência é um sucesso? É o que vamos descobrir com esta análise.
Minecraft Dungeons – SETTING/HISTÓRIA
A premissa de Minecraft Dungeons é bastante simples! Um Illager exilado pelo seu povo e revoltado com a vida encontra uma “esfera de poder” (que, como devem imaginar, é na verdade um cubo). Utilizando as suas novas habilidades para escravizar os Villagers e o resto do Minecraft!
Cabe ao nosso herói (ou heróis se utilizarmos o modo multiplayer) derrotar este “Arch-Illager” e salvar este mundo cúbico.
Esteticamente falando, o jogo é o Minecraft que conhecemos, tanto em termos de terreno como de inimigos, mas com gráficos atualizados (novos shaders, entre outras alterações). Em relação à performance, Dungeons corre na PS4 a 30FPS estáveis, correndo a 60FPS na versão PRO da consola. (uma mudança drástica que afeta bastante o gameplay).
Um setting que curiosamente, durante a minha experiência, me fez lembrar de um outro jogo, o Medievil para a PS1. Para quem se lembra do jogo em questão irá com certeza ter as mesmas “vibes”, desde a narração inicial, a música e até o setting em si parece ter sido algo inspirado nesta joia que entretanto já levou com um remake em cima.
Minecraft Dungeons – GAMEPLAY
Chegamos agora à parte mais importante desta nossa análise.
Antes de mais nada, controlamos a nossa personagem através de uma vista isométrica típica de jogos A-RPG. Ou seja, temos o nosso ataque básico, um ataque à distância, três Slots para colocarmos relíquias em que cada uma tem o seu próprio efeito/ataque e uma poção infinita em cooldown para recuperar vida em situações críticas.
Existe também um dodge-roll que vai ser o alvo da minha primeira critica a este jogo, uma vez que tem um cooldown associado que o torna praticamente inútil quando estamos perante uma grande quantidade de inimigos. (Algo que acontece com bastante frequência).
Entretanto, neste tipo de jogos, é bastante importante haver uma opção prática para nos desviarmos de ataques que venham na nossa direção. Se os developers queriam optar por tornar o jogo mais difícil poderiam ter tirado quaisquer I-frames (invincibility frames) que a animação pudesse ter.
Punindo assim os jogadores que abusassem da habilidade e dando mais opções a jogadores que queiram passar pela curva de aprendizagem ao estilo de Dark Souls (comparação cliché mas hey, ao menos não estou a falar da dificuldade!).
Relativamente às Slots disponíveis para equipar a nossa personagem (entrando agora nos elementos RPG). Existe uma Slot para a nossa arma principal que é utilizada nos ataques básicos, uma Slot para a nossa arma a longa distancia, uma Slot para a nossa armadura e três Slots para as relíquias que nos dão as habilidades especiais em cooldown. Cada um destes equipamentos (excluindo as relíquias) conta com alguns tipos de encantamentos.
O numero destes está dependente do nível de raridade do equipamento em questão, tendo depois que gastar os pontos obtidos por subir de nível para colocar os encantamentos e melhorá-los. Estes encantamentos são randomized para cada peça de equipamento (até entre peças iguais) e bastante diversificados nos seus efeitos, podendo até mudar toda a nossa estratégia de jogo.
Dito tudo isto, a “moeda” principal do jogo são, como era de esperar, as esmeraldas. Estas podem ser utilizadas para comprar equipamentos, prendas para outros jogadores, etc… Nas lojas da nossa base que vão sendo expandidas à medida que vamos avançando na história.
Minecraft Dungeons – MAPA, MISSÕES E REPLAYABILITY
É no Map Screen que conseguimos escolher a nossa próxima aventura, seja ela avançar a história ou voltar a jogar uma das missões prévias em dificuldades mais altas. Algo que em boa verdade serve como incentivo para repetir o que já fizemos, visto que quando mais aumentamos a dificuldade, melhor é o loot que nos pode calhar.
Quando não estamos em missão, estaremos na nossa base, um sitio onde podemos fazer compras a NPCs, melhorar equipamento e planear o nosso próximo passo com calma.
Mas nem isto é estático! A base vai sendo expandida à medida que vamos avançando na história. Desbloqueando assim mais tipos de vendedores entre outras coisas.
Os mapas individuais em si são muito variados. Ao fim ao cabo, temos montanhas, aldeias, pântanos, castelos, masmorras, etc… Estes são criados através da ligação de vários pontos-chave predefinidos com secções. Essas sim, geradas aleatoriamente. (Ou seja nunca a mesma missão é jogada exatamente de igual forma).
Cada um deles com segredos, caminhos alternativos e mini-instâncias com objetivos opcionais que nos dão loot adicional ou outras ajudas para completar a missão. Recompensando os jogadores com paciência para explorar todos os cantos do mapa (get it?).
É um jogo com um nível de replayability alto, especialmente para quem gosta de “loot grinds” ao estilo de Diablo e outros A-RPG.
MULTIPLAYER
No modo multiplayer (local ou online) podemos formar uma equipa de até quatro pessoas. Onde claro está, jogamos cooperativamente para terminar as missões.
Neste jogo não existem “roles” específicos. (Tank, Healer, DPS, etc.) Assim, depende de cada um ajustar o seu equipamento (especialmente as relíquias) para se completarem uns aos outros formando uma equipa mais eficaz e letal. A estratégia torna-se assim importante porque quanto mais jogadores existirem numa party, maior a dificuldade base da missão e a necessidade de jogar em equipa.
CONCLUSÃO
Em suma, Minecraft Dungeons é um jogo bastante divertido e com uma replayability alta mesmo em singleplayer.
Entretanto, o modo multiplayer é desafiante, sendo capaz de dar uma outra dimensão social e tática ao jogo. Acaba no entanto por sofrer um pouco do mesmo mal que aflige outros A-RPGs e DungeonCrawlers… Ao se tornar um pouco repetitivo. Especialmente para quem não tem interesse em voltar a jogar missões já feitas em dificuldades mais altas.
Para resumir um bocado a coisa, aconselho vivamente a qualquer fã de Dungeon Crawlers e A-RPGs! Mas não aconselho no entanto a qualquer fã de Minecraft. Estranho?
Nem por isso, pois no fundo é a jogabilidade que nos vai manter interessados a longo prazo. Ou seja, a componente Minecraft presente é apenas um “paint job”… Visto que em nada se assemelha à jogabilidade do original.
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