Quanto Tim Cook subiu ao palco para apresentar os novos iPhone 11 no passado mês de Setembro, o que chocou muito boa gente não foi o módulo de três câmeras dos modelos Pro, foi sim o preço da versão base do smartphone! Afinal de contas, pela primeira vez em muitos anos, a Apple decidiu baixar o preço do seu iPhone. (Sim, não foi a versão topo de gama, mas ainda assim…)
Porque razão é que a Apple decidiu correr o risco de baixar preços? Algo que nunca tinha feito em 10 de iPhone? A resposta é simples… Desespero!
No entanto, não me parece que seja um sinal do fim do sucesso da Apple no mercado, isso não faz grande sentido tendo em conta o tamanho da empresa, e posição dos mais recentes iPhones nos tops de vendas. Ainda assim, é preciso ter em conta que a Apple é neste momento primariamente uma fabricante de smartphones.
Ou seja, apesar de produzir tablets, portáteis, PCs, etc… Há muito tempo que a Apple deixou de ser uma empresa de computadores! Afinal de contas, desde 2007, a fabricante vendeu 2.2 mil milhões de telemóveis, fazendo cerca de um ‘trilião’ de dólares em vendas. (Mais dinheiro que qualquer outra empresa neste mundo!)
Entretanto, nestes mesmos 13 anos, as acções cresceram um máximo de 2037%, fazendo da Apple, a empresa com maior valor da bolsa várias vezes nos últimos meses.
O iPhone é a galinha dos ovos de ouro da Apple! Mas a galinha parece estar a ter algumas dificuldades em por ovos
Portanto, desde 2007, a Apple ‘toda’ fez cerca de 1.99 ‘triliões’ de dólares. Ou seja, mais de metade das receitas da fabricante vêem diretamente das vendas do iPhone. Além disso, além de ser o produto mais vendido da Apple, é também o produto com maior margem de lucro.
Para ter noção do dinheiro que o iPhone dá, por cada dólar que o smartphone traz para a empresa, a Apple ganha 0.60~0.74$. Em comparação, o seu portátil com maior margem de lucro (MacBook Air), apenas consegue reter 0.29$. Muito resumidamente, se não fosse o iPhone, a Apple não seria o que é hoje. Contudo, as vendas do famoso telemóvel estão finalmente a estagnar.
Em 2015, as vendas do iPhone chegaram ao ponto de inflexão, por isso, o crescimento deste mercado ‘morreu’. Aliás, no ano passado, a Apple vendeu menos 14 milhões de unidades em comparação com esse mesmo ano. Algo que é completamente normal num mundo como este, mas que pode ter um impacto sério naquilo que a marca é neste momento.
Dito tudo isto, quando a Apple percebeu que o iPhone tinha deixado de crescer, fez algo extremamente inteligente… Aumentou o seu preço! De forma a manter as margens altas, apesar das vendas terem caído. Afinal de contas, se comprar um iPhone 11 Pro com o iPhone 4 de 2010, irá notar uma diferença bastante significativa no preço… É agora mais do dobro! Mas existe uma outra razão para esta subida de preço, a produção do iPhone também ficou mais cara.
Apesar do custo de produção ter aumentado, a Apple não teve outra hipótese senão baixar o preço do seu smartphone!
Portanto, em 2018, quando a Apple lançou o sucessor ao iPhone X, também revelou o iPhone Xr, uma versão menos avançada e mais barata do ‘X’ de 2017. Lançando o aparelho a 749$. (Uma queda de 35% em relação ao preço do iPhone X)
Contudo, esquecendo a câmera extra e ecrã LCD, o smartphone era basicamente igual ao XS, contando com o mesmo exato SoC e funcionalidades. Foi basicamente uma desculpa para a Apple lançar um smartphone mais barato, para voltar a subir no gráfico de vendas.
No entanto, em 2019, a Apple deu um outro passo estranho… A empresa baixou o preço do iPhone Xr, e lançou o iPhone 11 a um preço ainda mais baixo, 699$. O que basicamente meteu os analistas e entusiastas em alerta, afinal, a Apple baixar preços é tudo menos normal.
A Apple não só está a vender menos iPhones, como também está a ganhar menos dinheiro em cada unidade vendida
Os mais recentes relatórios de contas da gigante Norte Americana mostram que a grande entrada de dinheiro da empresa está a começar a encolher. Aliás, a Apple nunca ganhou tão pouco em cada iPhone vendido. Por isso, a empresa vai ter de se adaptar, se quer continuar a crescer.
Se é o fim? Claro que não! Mas é seguramente um sinal de mudança.
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