Depois de na passada sexta-feira o voo experimental não ter sido possível devido às condições do vento, o mais recente avião de passageiros da Boeing completou a sua primeira viagem experimental. Dito isto, o modelo Boeing 777X aterrou em Paine Field, no norte de Seattle, Estados Unidos, após um cruzeiro de quatro horas sobre o estado de Washington. O 777X é o primeiro avião comercial com as extremidades da asa dobráveis.
Boeing 777X: o gigante de asas dobráveis já anda pelos ceús
À semelhança do 787 Dreamliner da Boeing, a nova aeronave é feita de materiais compostos e possui janelas maiores e uma cabine de passageiros redesenhada. É capaz de transportar mais pessoas e percorrer mais distâncias do que os modelos 777 existentes. Dito isto e de acordo com a Boeing será o avião bimotor mais eficiente do mundo.
Como referi acima um dos principais destaques do avião são as pontas das asas móveis. Logo à partida isto permite que este avião, embora maior, caiba nas pistas de taxi existentes do aeroporto e nas portas dos terminais onde os 777 mais antigos podem operar. Lembramos que a envergadura do Airbus A380 forçou os aeroportos a fazer modificações caras quando esse avião de dois andares se estreou em 2007. Ou seja, algo que a Boeing quer evitar.
O teste que decorreu sem incidentes é uma excelente notícia para a Boeing, pois continua a enfrentar as consequências dos acidentes com seu 737 Max, que vitimou um total de 346 passageiros e tripulantes em 2018 e 2019. Na segunda-feira, a empresa anunciou que o Max vai permanecer parado até meio deste ano.
Desenvolvido para competir com o Airbus A350, o 777X será composto por dois modelos. O 777-8 leva cerca de 384 passageiros e terá um alcance de 8.730 milhas náuticas (cerca de 10.000 milhas). Já o 777-8 acomoda 426 passageiros. Isto com um alcance de 7.285 milhas náuticas.
A Boeing lançou o primeiro 777X a partir da sua fábrica em Everett, em março do ano passado, mas encontrou problemas que atrasaram esse voo de teste. Em junho, no Paris Air Show, esta empresa afirmou que o desgaste excessivo do motor General Electric GE9X do 777X estava a atrasar a aprovação.
A Boeing afirma que esta aeronave pode começar o serviço de passageiros já no próximo ano.
Até o momento, tem pedidos de oito companhias aéreas, incluindo British Airways, Cathay Pacific, Emirates, Lufthansa e Singapore Airlines.
No entanto para que tudo possa começar, este avião terá de ser aprovado o que não será um processo totalmente rápido. É que as asas são algo de novo e como tal terão de passar por vários processos de certificação.
Aliás, a americana FAA já estabeleceu 10 condições que devem estar patentes nas pontas das asas para a aeronave ser certificada. Nelas incluem-se ter mais de um método para alertar a tripulação de voo de que as pontas das asas não estão posicionadas corretamente antes da decolagem. É também necessário um mecanismo para impedir a descolagem se as pontas das asas não forem estendidas. Deve também estar presente outro mecanismo para impedir que as pontas das asas se dobrem durante o voo.
Imagens: Boeing
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