Smartphones estão a matar o mercado tradicional da fotografia

Longe já vai o tempo em que só conseguíamos tirar boas fotografias recorrendo a câmaras. De facto, os smartphones têm vindo a evoluir muito e temos equipamentos como o Huawei P30 Pro que já disponibiliza muitas funcionalidades, até aqui apenas disponíveis em DSLR. Seja como for ainda existe um longo caminho a percorrer até que as câmaras sejam substituídos. No entanto, as vendas estão a baixar e o mercado da fotografia como o conhecíamos começa a enfrentar algumas dificuldades.

O mercado da fotografia está a mudar, especialmente, o mais tradicional

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De acordo com a CIPA (Camera and Imaging Products Association), os envios globais de câmaras digitais para distribuição, nos primeiros dois meses de 2019, caíram um milhão de unidades.

De facto, as vendas das câmaras assistiram a um declínio de 74.1% em Janeiro de 2019 com o total dos envios a ascender às 1.001.398 unidades. Em Fevereiro voltaram a descer para os 69.7%, com os envios para distribuição a situarem-se abaixo de um milhão. Mais especificamente, 935,148 unidades.

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Entre todos os envios para distribuição em Fevereiro de 2019, 521.217 unidades correspondem a câmaras com lentes SLR intermutáveis. Já as câmaras com lentes fixas totalizaram 413.931 unidades. As vendas das câmaras com lentes intermutáveis têm estado de facto a cair. Dos 798.014 envios em 2018, passou-se para as 521.217 unidades em 2019. Um declínio na casa dos 35% ano-após-ano.

Entretanto as câmaras com lentes fixas também sofreram um declínio equivalente a 24% com vendas a caírem das 542.981 unidades em 2018 para as 413.931 este ano.

De facto são quedas consideravelmente grandes e que podem ser explicadas pelas melhorias nas câmaras dos smartphones. Fabricantes como a Huawei, Samsung, Nokia e Xiaomi têm trabalho arduamente para disponibilizarem resultados acima da média.

De facto, tudo isto pode abanar o mercado das câmaras fotográficas. De um certo modo faz-me lembrar a forma como os smartphones substituíram os sistemas GPS. Obviamente que isto não é uma condenação a fabricantes como a Nikon, a Canon ou a Sony. Ainda assim será necessário pensarem em novas políticas e novas formas de negócio para se manterem no topo.

Isto não é algo de novo para os fabricantes de máquinas fotográficas. Inclusivamente, o CEO da Canon já tinha abordado recentemente esta questão. Segundo ele, a situação ainda vai piorar mais, nos próximos anos!

De acordo com Fujio Mitarai o mercado de câmeras digitais vai cair cerca de 50% até 2021.

“Hoje em dia, os consumidores tiram fotos com os smartphones. O mercado de câmeras digitais vai continuar a cair durante mais dois anos. Mas depois vamos continuar com o mercado profissional e de amadores (avançados).”

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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