Muito se tem falado na Internet acerca do 5G com a Huawei à mistura. Ainda outro dia ouvi alguém comentar que a Huawei seria banida da Europa e que a Comissão Europeia já estava a trabalhar nisso. Não, ninguém baniu a Huawei e a Comissão Europeia nem sequer o sugeriu. O que aconteceu é que esta Comissão recomendou que os estados-membros cuidem da implementação das redes 5G e eles próprios sejam responsáveis por eventuais riscos. Já nos Estados-Unidos a conversa é outra, porque o que mais querem é ver este fabricante pelas costas.
A União Europeia não baniu a Huawei nem passou essa ideia
As recomendações da Comissão Europeia dão até ao final de Junho de 2019 para que os estados-membros avaliem os riscos ligados aos fornecedores e aos operadores. Trocado por miúdos como se costuma dizer em Portugal, cada país vai decidir que empresa quer “banir”.
Esta história dos “banimentos” tem muito dos Estados Unidos à mistura. Como polícias do mundo, de uma forma ou de outra, acabam por influenciar os outros países.
Mas afinal o que está na base da guerra dos Estados Unidos contra a Huawei?
Para quem está de fora e só lê notícias, sem tecer outras teorias, os Estados Unidos têm vindo a acusar a Huawei de espionagem. Basicamente, na visão americana, a Huawei recolhe as informações e entregue-as ao governo chinês. Por esse motivo, os serviços de inteligência afirmaram que ao utilizar-se um equipamento da Huawei, pode-se estar a colocar em risco muitas informações pessoais.
Ora na assinatura da nova Lei de Autorização de Defesa Nacional, as agências governamentais americanas proibiram os instaladores de utilizarem determinadas tecnologias da Huawei. Em resposta, este fabricante quer processar o governo americano.
Mas isto não fica por aqui. A América tem vindo a pedir aos aliados para não utilizarem equipamento Huawei nas suas redes 5G. Enquanto a Austrália e a Nova Zelândia concordaram, outros países, incluindo a Inglaterra, acreditam que podem mitigar quaisquer riscos. No entanto, como devem imaginar, os Estados Unidos não gostam muito de aceitar um não. Assim, já bateram o pé. Entidades oficiais norte-americanas já afirmaram que se, por exemplo, a Alemanha utilizar equipamentos Huawei vão limitar a partilha de informações importantes e secretas com este país.
A União Europeia também pediu aos estados-membros que partilhem informações entre eles. Mas mais uma vez não baniu a Huawei. Estes relatórios serão depois passados Agência para a Segurança de Redes e Informação da União Europeia, também conhecida por ENISA. A ideia é apurar ao máximo eventuais riscos, algo que deverá estar concluído até 1 de Outubro de 2019.
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