Muito recentemente a Google anunciou o seu novo serviço streaming de jogos, Stadia. Com lançamento previsto para 2019, a Google prometeu que apesar das dificuldades, este será um projecto ambicioso e empolgante.
Um anúncio que na minha opinião, é realmente muito importante… E que por isso, espero mesmo que este novo serviço funcione. Afinal de contas, já pensou na ideia de jogar em 4K 60 fps sem ter de pagar pelo hardware ‘Premium’ que os jogos pedem hoje em dia?
Mas nem tudo é um mar de rosas… E por isso, vamos apresentar os 5 motivos pelos quais achamos que o Google Stadia poderá a vir a ser um completo fiasco!
A péssima estrutura de Internet nos Estados Unidos da América
Sendo os Estados Unidos da América um dos países mais influentes a nível tecnológico, era de esperar também que as conexões dos dispositivos fossem mais avançadas.
Curiosamente, esta nem é a pior parte. Para além de terem uma internet horrível, ainda são os que mais pagam por ela…. E é aqui que encontramos o primeiro problema.
Apesar da Google afirmar que o Stadia será uma “plataforma de jogos para todos”. Em boa verdade, com a internet que os americanos usufruem neste momento torna-se quase impossível usar o 4K com HDR.
A premissa de todo o serviço, assenta no facto de não ser necessário hardware super caro, para jogar qualquer jogo no máximo! Mas a internet rápida neste país, é super cara, cara o que não faz o menor sentido.
Isto poderá fazer com que os jogadores pensem duas vezes, e em vez de comprar o Stadia possa talvez apostar numa consola onde poderia jogar com muita facilidade.
Claro que este problema ainda poderia ser resolvido através do Google Fiber. Mas o seu lançamento está longe de ser abrangente a todos os estados americanos tendo capacidade apenas para cobrir 12.
Além de tudo isto é ainda importante relembrar que ISPs já controlam a Netflix e o Youtube… E ainda nem mencionámos o fim da Neutralidade da Internet, que piorou toda esta situação.
Streaming de jogos em 4K60fps requer uma imensidão de dados! E claro que isto representa uma excelente oportunidade, para os ISPs pedirem algum dinheiro extra…
Portanto, sem a neutralidade da rede, os ISPs poderão exigir que os utilizadores passem a pagar uma taxa mensal por uma “Stadia Fast Line” prejudicando muito a proposta de valor do serviço.
Modo multiplayer pode vir a ser muito limitado!
Na infra-estrutura de internet americana existente, a transmissão de jogos multiplayer poderá ser bastante difícil. Fortnite e Apex Legends são os dois jogos mais jogados do mundo e o atraso do jogo em Stadia é quase certo.
A Google experimentou com Doom Eternal que tem uma jogabilidade incrível, mas apenas para um jogador e não para multiplayer.
Aliás, ainda durante a apresentação, a Google dava ênfase ao modo de jogo cooperativo mas não ao competitivo. Nada de jogos de lutas ou de tiros onde até as milésimas de segundo são importantes. Estas milésimas são a diferença entre uma vitória gloriosa de uma derrota pesada.
Em suma…
Chega-nos uma nova plataforma de jogos, de uma empresa que não é de todo especializada nesta área!
E que ainda por cima não nos permite jogar multiplayer competitivo com os nossos amigos?
Mesmo que esta plataforma acabe por ser bem mais barata do que comprar uma consola ou um computador Gaming de topo, de que forma é que poderão tornar isto numa proposta atraente? Uma maneira de fazer isto é apostar em jogos Single Player e nós achamos que a Google sabe bem disso.
A julgar pelo facto de terem contratado Jade Raymond, produtora original da série Assassin’s Creed. Mas valerá a pena gastar dinheiro numa plataforma que não nos permite jogar com os nosso amigos? Numa altura em que o online vence e convence?
Terão de gastar dinheiro na contratação de programadores de jogos Single Player
Tudo isto custará muito dinheiro e milhares de horas de trabalho, assim como o talento de centenas de engenheiros e artistas altamente treinados. A equipa interna de programadores da Google parece forte mas não pode manter uma plataforma completa em funcionamento. A Google afirmou que a Stadia beneficiará de bons programadores e criadores de conteúdo.
Contudo…
A sua plataforma apresenta alguns desafios sérios que os programadores precisarão de superar. A apresentação da Stadia prometia Data Centers poderosos que permitiam aos programadores escapar às restrições do Hardware das consolas. No entanto, os jogos Streaming significa que cada um de nós está limitado a algo pior…
A conexão à internet!
Mas vamos falar agora, um pouco do poder de processamento do serviço. Afinal, o GPU (unidade de processamento gráfico) dos servidores do Stadia promete 10,7 TFLOPS de performance de computação! A Google até fez questão de comparar isso com a atual geração de consolas, chegando à conclusão que o Stadia é mais potente que a PS4 Pro e Xbox One juntas.
Mas… Também é verdade que esta geração de consolas, já tem mais de cinco anos! Por isso, acaba por serem números, pouco impressionantes.
Aliás, a nova placa gráfica Radeon VII da AMD já consegue processar 13,8 TFLOPS. E a RTX 2080 Ti consegue 13,4 TFLOPS, contar com os núcleos Ray Tracing e Tensor.
A Google mencionou algumas das oportunidades exclusivas apresentadas pelos seus Centros de Dados.
Principalmente a capacidade de usar várias instâncias do Stadia para renderizar pontos de vista de vários jogadores num único ecrã. Embora nós achemos que poderia ser uma experiência excelente, isto poderia também significar que o jogo só poderia ser jogado no Stadia.
O que por sua vez, levaria a que houvesse incríveis exclusividades que ajudariam a vender a plataforma.
Dito isto, um dos fatores de venda do Stadia mais fortes… É mesmo a capacidade de cada um de nós conseguir fazer uma transição perfeita do PC para um smartphone ou um Tablet! Sem perder pitada da acção.
Mas o que temos de realmente ter em conta é que os formatos têm necessidades diferentes! Assim, jogos para Smartphones são muito simples e destinados a sessões curtas. Por outro lado, os jogos de consola oferecem-nos experiências mais profundas e complicadas.
Os jogos para smartphones e consolas são feitos para serem jogados em ecrãs muitos diferentes. Por isso, se os programadores já tentam a muito custo implementar texto legível num ecrã 1080p padrão, como é que vã conseguir criar jogos que transitem facilmente de uma TV HDR 4K de 65 polegadas para um Smartphone de apenas 6 polegadas?
E todos os elementos do HDU? E o ecrã do inventário? Fazer um jogo que funciona em todas as plataformas é bastante complicado e caro.
Confiança do consumidor
O lema de qualquer Startup de tecnologia é “falhe mais rápido”. E a Google mesmo já não sendo uma Startup, continua ainda com parte dessa filosofia no seu ADN. Ou seja, a Google não têm muito jeito para manter as aplicações ativas durante muito tempo.
Quem se lembra do Google Buzz? Google Plus? Orkut? Google Spaces? Google Play Music?
A maioria destas aplicações estão “mortas” e algumas ainda existem só porque sim. Ainda nos dias que correm sou utilizador do Google Play Music e esta aplicação nunca recebeu uma única actualização significativa desde que foi lançada à vários anos atrás.
O Spotify “espancou” a Google e a empresa sabe disso! Mas o que é que acontece se a Nintendo ou a Sony entrarem no Stadia? O que é que a Google vai fazer?
Em suma…
Tudo isto pode levar a uma atitude de “vamos esperar para ver o que acontece” por parte da comunidade de jogadores o que poderia manter os números de venda da Stadia baixos.
Isto faria com que a plataforma pareça um fracasso total! Juntando a esse factor existe também o facto de programadores de terceiros não quererem gastar dinheiro ao tornar se um exclusivo Stadia e acabar depois por atingir apenas um alvo de jogadores muito pequeno.
Ademais o que pensa de tudo isto? Comente connosco nos comentários em baixo.
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